quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Uma maneira diferente de estudar a hidrosfera

Águas termais, minerais e de nascente

Os recursos hídricos subterrâneos desempenham um importante pa­pel no abastecimento das populações, na criação de riqueza e até na pro­moção do turismo. A água que se consome apresenta sempre na sua constituição uma componente de sais minerais e de oligoelementos. Em contacto prolongado com a água, os minerais sofrem um processo de dis­solução, do qual resulta o aparecimento de aniões e catiões. Qualquer água que se beba contém, portanto, iões em quantidades variá­veis, que dependem do tempo e da natureza das formações geológicas com as quais as águas es­tiveram em contacto.

Desta forma, torna-se importante adoptar uma classificação das águas, tendo por base a sua génese e a sua aplicação. Assim, as águas podem ser classificadas em águas termais, mi­nerais e de nascente.
As águas são classificadas como águas ter­mais quando a temperatura da água exceder em 5 °C a temperatura média ambiente da região onde ocorrem. As águas termais podem ter a sua origem em dois contextos geológicos: águas que circularam próximo de uma fonte de calor no interior da Terra, tais como câ­maras magmáticas (caso característico de regiões vulcânicas, como, por exemplo, os Açores); águas de origem muito profunda que ascen­dem à superfície deslocando-se através de zonas de fraqueza da litosfera terrestre, designadas fa­lhas (tal como acontece ao longo da falha Régua--Verin, na qual se situam algumas das águas ter­mais mais importantes de Portugal, como, por exemplo, as termas de Chaves).

As águas de origem subterrânea que podem ser bebidas pelo Homem não são todas iguais e podem ser divididas em águas mine­rais naturais e águas de nascente. Estes dois tipos de águas não podem sofrer quaisquer tratamentos e são comercializadas sem adi­ção de químicos ou de aditivos.
As águas minerais naturais encontram-se no subsolo a grandes profundidades. Estas águas, sem elementos de poluição, possuem uma composição química totalmente natural, provocada apenas pela interacção água/rocha e possuem oligoelementos que lhe conferem propriedades terapêuticas. As águas minerais naturais têm uma com­posição química específica e mantêm essas características ao longo do tempo.


Uma das diferenças entre águas minerais e águas de nascente é o tempo de residência no subsolo. Decorrente do curto período de cir­culação subterrânea, a presença de sais minerais nas águas de nas­cente não é constante ao longo do ano. São águas bacteriologicamente sãs e com características originais. De forma a preservar todas as suas qualidades, esta água só pode ser engarrafada no local da nascente.

Uma água mineral natural e uma água de nascente têm de ser submetidas a testes rigorosos, durante dois anos, antes de poderem ser vendidas com esta designação, dado que é necessário compro­var que os aquíferos de onde provêm estão isentos de poluição e estão implantados em locais protegidos de qualquer fonte de conta­minação.





Fonte de informação - Geologia 12 - Areal (A. Guerner Dias)

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